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INTELIGÊNCIA EMOCIONAL COMO ALAVANCA DA PRODUTIVIDADE LABORAL
Segundo Goleman, (in GOLEMAN, Daniel.2010. Inteligência Emocional. Temas e Debates) a inteligência emocional é a “capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e de gerir bem as emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos”. Assim, as pessoas com grande inteligência emocional, contêm uma boa auto-perceção, um bom autocontrolo, auto motivam-se, são empáticas e desenvolvem adequadas práticas sociais em equipa. O facto de conterem esta autoanálise também permite reconhecer nos outros os seus sentimentos e atitudes.
 
A criatividade vem acrescentar uma grande mais valia ao sucesso numa pessoa provida de inteligência emocional. Isto porque, em qualquer área de atividade humana, as pessoas com estrutura emocional sólida, motivadas e criativas, conseguem melhor produtividade e consequentemente destacam-se entre as demais. A satisfação pessoal e profissional são evidentes e promotoras de saúde física e mental. Um bom líder possui uma boa inteligência emocional.
 
Contudo, a aquisição de inteligência emocional necessita de aprendizagem e treino. Ninguém nasce dotado de todas estas competências. Elas devem ser reconhecidas, aplicadas e apreendidas. É evoluir e aprender consigo próprio em detrimento à comparação que habitualmente fazemos em relação às atitudes dos outros. Se tentarmos “olhar” para o nosso comportamento e corrigi-lo ou melhorá-lo iremos tornarmo-nos cada vez melhores pessoas e profissionais, com capacidade de desenvolver uma boa inteligência emocional.

 

A motivação poderá ter mais peso no sucesso profissional que muitos saberes teóricos no exercício da função. Um funcionário motivado não se acomoda nem fica estanque. É persistente, acredita no seu trabalho, desenvolve formas adequadas de comunicar, cumpre os seus objetivos, cultiva bons relacionamentos, tem interesse em aprender, procura apoio, gosta de trabalhar em equipa e utiliza a criatividade na solução dos problemas. É desenvolver uma boa inteligência emocional, é desenvolver um trabalho de qualidade com satisfação.

 

 

 

Publicado no Jornal da SCMC de Setembro de 2012 

 

 

 

 

Namoro na terceira idade

 Os relacionamentos interpessoais, nomeadamente, os relacionamentos amorosos são o pilar da vida, independentemente da idade, raça ou classe social. Desenvolver um relacionamento amoroso faz bem ao corpo, alivia tensões e aumenta a auto-estima. Teoricamente, estes factos são aceites. Contudo, a sociedade, apesar de moderna, demonstra comportamentos de preconceito baseados na crença que apenas os corpos jovens estão aptos à sexualidade.

 

Um novo casal idoso tem dificuldade em iniciar um namoro, não só por factores de ordem fisiológica, mas principalmente pela não-aceitação familiar e social. Nos acompanhamentos que tenho realizado ao longo dos anos, julgo que é comum que a família não aceite que o idoso namore porque, mantém a crença que esse facto vai denegrir/trair a imagem do parceiro anterior e, que este vai valorizar este novo relacionamento em detrimento aos relacionamentos familiares ou, ainda, (em alguns casos), que seus bens e valores sejam para este novo companheiro e não para a família. Também importa referir que o preconceito social que recai nestes casais é abrangível à família que, inevitavelmente, vai sentir “vergonha” da opção do seu familiar idoso.

 

No entanto, o mais importante é que, de facto, a afectividade amorosa mantém-se presente em todas as fases da vida, sendo determinante para o envelhecimento saudável. As pessoas idosas querem ter companheiros como forma de protecção, pois sentem que estar só gera tristeza e desesperança. A entreajuda que renasce nestes relacionamentos é indispensável mas, essencialmente, muito agradável.    

 

Quando o casal vence o medo e o preconceito, vivem esta nova fase como um caminho para a vida e não, como a maior parte do sentimento que invade os idosos, um culminar para a morte. Assisti de perto pessoas que iniciaram namoros tardios que, atenuaram sintomas e problemas relacionados com o envelhecimento, motivados para serem mais autónomos, ágeis e felizes.

 

Os amantes mais maduros poderão vivenciar emoções e prazeres de forma mais intensa e plena e, ao mesmo tempo, seguras e calmas, dada à experiência adquirida ao longo do tempo. Assim, tornam-se mais estáveis e confiantes entre ambos e o relacionamento mais harmonioso e sábio.

 

Aos novos e futuros casais recomendo que enfrentem os medos e uma sociedade preconceituosa pois a felicidade do dia-a-dia será mais compensadora.

 

 

​Publicado no Jornal da SCMC em Junho de 2012

 

 

 

Família e Institucionalização

 

 
Como definição de família entende-se que “é unidade básica da sociedade formada por indivíduos com ancestrais em comum ou ligados por laços afetivos e que normalmente residem juntos”. Será que esta enunciação de família faz sentido a quem se encontra institucionalizado?
 
 De facto continuam com ancestrais comuns. A ligação afetiva, em principio estará presente mas, a Institucionalização veio modificar por completo o modo de coabitação com os familiares e amigos.  
 
 Nesta mudança tão radical na vida de um idoso – a Institucionalização – normalmente, a família passa a ser sobrevalorizada devido ao possível afastamento, ao aumento da sua dependência, à mudança de espaço, à modificação completa dos hábitos e costumes e aos sentimentos e medos que esta nova etapa acarretam.   
 
 Um dos sentimentos mais comuns no idoso é a preocupação de não sobrecarregar os seus familiares nos cuidados que necessita. Daí surge a conformação de uma institucionalização. Mas, quando a família se torna ausente, o idoso sente-se como pouco amado já que foi essencialmente por amor que optou/aceitou essa nova condição de vida.
 
 A distancia e/ou a ausência dos seus familiares vão criar preocupações acrescidas e sentimentos de impotência face a um cuidador familiar de longa data que, a certa altura, necessita de ser cuidado.
 
 Uma palavra de carinho, um abraço de conforto, um gesto de amor são as melhores terapêuticas à dor física e emocional. Daí surge a questão das famílias: “Quando o meu familiar ingressou no lar não estava assim…como é possível piorar com as boas condições que tem aqui?” Com o exposto, a resposta a esta questão é clara. Por melhor que sejam as Instituições e funcionários, a família é e será sempre fundamental para uma boa adaptação à Instituição e para a promoção da saúde.
 
 

Publicado no Jornal da SCMC em Abril de 2012

 

 

 

Outras publicações

  • "Os nossos avós" - Jornal da SCMC

  • Produção, realização e participação de um filme técnico de prevenção da gravidez na adolescência intitulado "A vida começa cedo" - A história de uma grávida adolescente.  

  •  Publicação a investigação intitulada "A compreensão da ambiguidade em crianças" no 1º Congresso de Psicologia do Desenvolvimento, organizado pela ULHT no Hotel Altis em Lisboa.

BREVEMENTE

LIVRO INFANTIL

PUBLICAÇÃO
Publicações

Regras e disciplina, para que vos quero?

Muitos pais têm dificuldade em estabelecer as regras aos seus filhos. Devemos perceber qual é o limite, o que devemos permitir ou não às crianças. Em primeiro lugar, em condições normais, elas são enérgicas, alegres e vivem para o presente. Assim, devemos esperar que corram e saltem, que cantem e que falem alto, que riam, que chorem, que façam barulho a brincar e a inventar, que peçam coisas e que, por vezes, sejam desastradas. Por isso, mediante o contexto, devemos permitir que sejam crianças, com o tal limite que estipulamos e clarificamos desde o início – estabilidade ao longo do tempo. Por exemplo, se permito que os meus filhos cantem alto na rua porque me sinto contente, não devo proibi-los de fazerem o mesmo, no dia seguinte, porque estou cansada ou chateada. De igual forma devemos proceder com o limite que se impõe nas regras – isto é, deixo as crianças cantar mas já não permito que corram na rua, perto da estrada, porque é perigoso e elas sempre souberam disso. Os limites e a estabilidade nas regras devem ser cultivados desde cedo, com o bom senso de possibilitar o desenvolvimento saudável, dizendo NÃO de forma coerente e assertiva.

Desta forma os pais devem,

  • Dizer NÃO e explicar o porquê – é através “dos nãos” que as crianças desenvolvem a resiliência necessária para lidar com as dificuldades. Quando as crianças entendem a razão pela qual não devem realizar determinado comportamento, normalmente, existe maior probabilidade de não o repetir. Em muitos casos, elas tentam contestar essas proibições. É importante não ceder! Quanto mais cedermos mais fortes serão os comportamentos de oposição e as “birras”. E, ao longo tempo irão aumentar a resistência à proibição porque já lhes mostramos, várias vezes, que adjudicamos. Assim, é também através “dos nãos” que os filhos fortalecem o sentido de proteção, de respeito e de autoridade pelos pais.

     

  • Ser um exemplo – por melhores conselhos que se dê, é através do que se demonstra que é certamente apreendido pela criança. Importa referir que a família é responsável pela  transmissão dos valores, através da coerência do que se diz e faz! A escola consolida-os e aplica-os em contextos pedagógicos e sociais;

     

  • Informar, explicar e manter as regras ao longo do tempo. Elas poderão ser alteradas pelas circunstâncias do desenvolvimento mas nunca ao sabor do humor, da disponibilidade e da vontade dos pais;

     

  • Os castigos devem ser aplicáveis e cumpridos. Os pais devem ponderar e acordar previamente as estratégias educativas a aplicar aos seus filhos. Castigar por impulso e de forma exagerada, tende a ser impraticável e vai desconsiderar a palavra e o respeito que os filhos devem desenvolver pelos pais. É importante lembrar que se os pais não cumprem o que prometem não podem exigir que os filhos o façam.

 

Os pais devem ter em consideração que,

  • A valorização é sempre a melhor opção em detrimento à crítica negativa. É fundamental perceber as reais dificuldades das crianças e reforçar a sua autoconfiança. Lembrar que cada criança tem o seu ritmo e as suas aptidões - não fazer comparações com as outras. Os seus filhos devem entendem que, para atingir o sucesso, devem experimentar, tentar e errar e aplicar algum esforço e/ou empenho nas tarefas. Para isso, os pais devem continuamente e de forma ajustada, promover a confiança e as autonomias necessárias para a faixa etária em que a criança se encontra;

     

  • Ambos os pais devem estar de acordo perante as regras, mesmo no caso dos pais separados. Um não deve desresponsabilizar ou criticar o outro perante a criança. Mais uma vez, reforço a importância do acordo prévio das regras, normas, permissões e comportamentos;

     

  • Existir uma separação saudável entre a conjugalidade e a parentalidade. Isto é, os pais devem estar sempre juntos na parentalidade independentemente da sua conjugalidade. As crianças têm esse direito! A conjugalidade é do casal e, certos comportamentos, temas e/ou decisões devem apenas pertencer aos adultos. Os sentimentos de amor familiar devem ser sempre partilhados, seja em famílias com os pais juntos ou separados;

     

  • Estar presente na vida escolar dos filhos - é importante para ambas as partes. Os pais tomam conhecimento de aspetos fundamentais acerca dos filhos e as crianças desenvolvem, entre muitos, sentimentos de pertença, de proteção e de responsabilidade.

     

 

 

                                 Textos de desenvolvimento infantil e promoção do sucesso escolar/2017

                                                                                                   Psicóloga Patrícia Fonseca

Proteção em demasia é “desproteção”

 

Ao longo dos anos a observar e a apoiar famílias e crianças tenho concluído que, na maior parte dos casos, as crianças mais frágeis foram as mais protegidas pelos pais / família. Têm muitos medos, inseguranças, poucas estratégias de resolução de conflitos e fraca preparação para ultrapassar os desafios do quotidiano.

Todas as espécies protegem as suas crias. É um sentimento inato e desenvolvido face à dependência e ao amor dos seres tão imaturos e frágeis. Mas a proteção é também desenvolver a autonomia. Por exemplo, os pássaros promovem que as suas crias voem, os felinos que aprendam a caçar e outros tantos exemplos que promovem a independência como forma de “proteção”, para se adaptarem ao meio e às dificuldades e, em último caso, como forma de sobrevivência.

Assim sendo, não se intende que os seres humanos, em sentido de proteção, condicionem a autonomia dos filhos. Inconscientemente estão a desprotegê-los do mundo. Em muitos casos, tornam-se crianças com poucas estratégias sociais, afetivas e até de comportamento, inadaptadas a novos contextos por falta de ferramentas que lhes permitam ultrapassar novos desafios e obstáculos diários.

Estas dificuldades são facilmente observáveis em meio escolar mesmo em pequenas tarefas. Por exemplo, são crianças que demonstram resistência e/ou dificuldades em descalçar ou calçar sapatos, em comer, em ir à casa de banho sozinhas, entre outros exemplos que, por menores que pareçam, geram constrangimento às próprias e estranheza às outras que conquistaram essas autonomias e as aplicam descontraidamente. Para essas crianças, à partida, a escola não será uma “zona de conforto”, consequentemente, poderão haver repercussões sociais, psicológicas e no seu desenvolvimento.

Recomendo que os pais enriqueçam os filhos com adequadas estratégias de resolução de situações do quotidiano, de autonomia e de confiança. Permitam que eles se vistam sozinhos mesmo que demorem tempo, que comam sozinhos, mesmo que sujem a roupa, que façam a sua higiene mesmo que não fique perfeita, que realizem tarefas e que assumam algumas responsabilidades. Provavelmente, as crianças terão mais sucesso na escola, sem tantas angústias e dificuldades de adaptação.

Textos de desenvolvimento infantil e promoção do sucesso escolar/2017

                                                                                                   Psicóloga Patrícia Fonseca

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